Quem somos
A Associação Tomézar é uma associação que apoia pessoas em situação de crise e promove a educação em saúde mental e comunitária. Especialmente no que toca à neurodiversidade.
Estima-se que entre 1 em 5 e 1 em 7 pessoas sejam neurodivergentes. Isto inclui Autismo, TDHA, Discalculia, Dislexia, Dispraxia, Síndrome de Tourette, Bi-polaridade, Borderline, e outras diferenças neurológicas.
Aproximadamente metade, não sabem que o são. Não recebem o apoio de que necessitam, e são vítimas de diagnósticos errados, medicação errada, terapia errada. Muitas delas, sobretudo mulheres, acabam em situação de pobreza.
A percentagem de desemprego entre pessoas neurodivergentes é de 30 a 40%, o que é três vezes mais do que para pessoas com outras deficiência, e 8 vezes mais do que a população sem nenhuma deficiência.
Adultos autistas sem dificuldades de aprendizagem tem 9 vezes mais probabilidade de morrer por suicídio do que a população em geral.
Queremos mudar esta situação.
O que fazemos
A Associação Tomézar propõe-se a:
Organizar formações sobre neurodiversidade, Inclusão e saúde comunitária para pessoas neurodivergentes, familías e profissionais.
Apoiar emocional, prática e económicamente pessoas neurodivergentes em situação de crise. Oferecendo:
- Consultas a preços sociais
- Pagamento de consultas especificas e terapias.
- Pagamento de medicação
- Bolsas para formação.
- Pagamento de transportes para e de consultas e na procura de emprego.
- Pagamento de pequenas contas em emergência (luz, água, gás, telefone).
Se tens mais do que 7 pessoas importantes na tua vida é muito provável que pelo menos uma delas seja neurodivergente.
Como vês, de uma forma ou de outra o nosso trabalho e missão têm a ver contigo!
A nossa história
Este projeto é uma homenagem ao meu filho Tomé.
O Tomé era um inconformado e um ativista. Ele queria mudar o mundo para melhor. Nas palavras dos amigos, via sempre o melhor em qualquer pessoa e procurava sempre as causas em vez de julgar as ações.
A frase que é o nosso lema, é dele: “Honestidade e bondade é o que esta sociedade mais precisa.”
Depois da sua morte em 2014 aos 18 anos, senti que os seus sonhos não podiam acabar assim. Que me competia a mim gerir essa herança de possibilidades.
Comecei a trabalhar em escolas com grupos de adolescentes e vi o quão necessário é abrir espaços onde possam falar do que sentem e partilhar as suas histórias.
Alguns anos depois descobri que sou autista e também tenho deficit de atenção. Sou neurodivergente. Uma palavra que entrou na minha vida e nunca mais saiu. Ajudou a que muita coisa fizesse sentido.
Compreendi que o Tomé também era neurodivergente. Ele não era só um inadaptado, ou uma pessoa diferente. Tinha um cérebro diferente, lindo que precisava de coisas a que não teve acesso. E isso teve um preço alto.
Gostaria de ajudar a que outros como ele tenham as oportunidades que ele não teve, de se conhecerem e respeitarem, de terem as suas necessidades reconhecidas e atendidas. Sejam crianças, adolescentes ou adultos.
Para isso dirigi o meu trabalho cada vez mais para a inclusão, a educação sobre neurodiversidade, a criação de comunidades de apoio recíproco e o apoio a pessoas neurodivergentes em crise.
E em 2024 formalizamos este trabalho criando esta Associação. A Associação Tomézar .
Tomézar como um verbo. Uma forma de fazer as coisas agindo do coração. Com honestidade e bondade. Todos precisamos de comunidade. Vamos cuidar uns dos outros com compaixão e respeito.
Fátima Marques
Presidente da Associação Tomézar